
Carnaval carioca nas décadas de 20 e 30: dos banhos de mar à fantasia às batalhas de confete
As décadas de 20 e 30 do século passado são decisivas na história do Carnaval carioca e — por que não? — para a identidade carnavalesca de todo o Brasil. A folia acontecia em clubes como Democráticos, Órfeão Português e Cordão da Bola Preta e as escolas de samba estavam apenas nascendo.
Uma rápida pesquisa nos arquivos do jornal O Globo mostra o glamour do período. Ali encontram-se informações sobre os bailes e desfiles dos clubes sociais. Duas manifestações carnavalescas, no entanto, chamam a atenção: as batalhas de confete e os banhos de mar à fantasia.
Acompanhe, a seguir, um breve relate destes períodos a partir destas duas formas tradicionais de celebrar a festa:
Banhos de mar à fantasia: a roupa “sambava”, literalmente
Os banhos de mar à fantasia davam a tônica do Carnaval nas diversas praias, com especial destaque à Copacabana, na altura do Posto 6 (foto de autor desconhecido). Os primeiros registros remetem às décadas de 20 e 30, mas é nos anos 1950 que a prática ganha mais força, se espalhando por toda a cidade.
Na época, as pessoas confeccionavam roupas com papel crepom ou outros materiais “descartáveis”. Costumava-se dizer que, depois de muita folia, a turma entrava no mar e quem sambava era a roupa.
A prática foi reavivada nos últimos anos por algumas agremiações, como você pode ver no vídeo abaixo:
Batalhas de confete: ostentando alegria e expandindo a folia para além do Centro
A “tradicional batalha da Rua Dona Zulmira”, na Tijuca, recebia ampla cobertura nas páginas do Globo nos anos 1930. E esta era uma prática comum em diversos clubes e associações, mas também nas ruas da cidade.
A pesquisadora Helenise Guimarães, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, registrou que essas batalhas “se sobressaiam na paisagem carioca, sendo consideradas elementos de destaque [do Carnaval], tanto por suas características plásticas como pelo forte simbolismo que vinculavam, sobretudo aqueles inspirados em nossa identidade nacional”.
Vários bairros organizavam suas próprias batalhas e chamavam a população para participar. Alguns criavam concursos para premiar as mais belas ornamentações nas fachadas e também as fantasias dos foliões. “Com as batalhas, o carnaval se expandiria além das fronteiras do Centro da cidade, estendendo-se a subúrbios distantes, como Santa Cruz, ou atravessando a Baia da Guanabara, em direção a Niterói”, afirma Helenise.
Para ter uma ideia de como eram os carnavais no Rio antigo, veja as imagens compiladas neste clipe:
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