
Estação Ferroviária de Araxá
História
A partir de 1888, a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro inaugurou, sucessivamente, as Estações de Jaguará, Sacramento e Uberaba, aproximando-se lentamente de Araxá.
De início o transporte ferroviário facilitou a aquisição de sal, fundamental para a criação de gado, que não precisou mais de utilizar-se das águas minerais do barreiro. As águas passaram então a ser exclusivamente para o consumo humano. Mais tarde, facilitou também, o transporte dos “aquáticos”, usuários das águas minerais que, ao tomar conhecimento das mesmas, através da divulgação de suas propriedades terapêuticas, passaram a procurar Araxá cada vez em maior número.
Entretanto, a linha férrea que ligaria Araxá diretamente com as cidades vizinhas e com a capital do Estado, somente chegou em 1926 quando a Estrada de Ferro Oeste de Minas inaugurou na cidade seu terminal de cargas e de passageiros.
A estrada de ferro, a estação e as dependências foram construídas em terrenos doados à empresa pela Nunciatura Apostólica, através do seu representante em Araxá, Pe. André Aguirre, uma vez que os mesmos pertenciam à paróquia desde as origens de Araxá. O projeto, de elementos neoclássicos foi do Engenheiro Virgílio J. Monteiro Bastos, também chefe da execução. O prédio foi concluído durante o governo Arthur Bernardes, sendo o diretor da empresa ferroviária o Engenheiro José de Almeida Campos Júnior.
A Estação Ferroviária é uma construção do período de 1922 a 1926 e possui diversos elementos do estilo neoclássico: colunas com detalhes toscanos, três frontões, sendo o central com o brasão da Oeste de Minas, as escadas (em espiral) em ferro fundido trabalhado que dão acesso às duas torres decorativas (sendo uma mais alta, onde está instalado um relógio), a escada de acesso em mármore com corrimão baixo, capitéis na entrada em forma de vaso/floreira e marquise do acesso principal trabalhada em vidro fosco.

Foto do Jornal O Malho, ano de 1928, dois anos após a sua inauguração.
Primeiramente, funcionou como terminal de cargas e de passageiros e, depois, somente como terminal de cargas. A expansão da cidade exigiu a construção de uma variante ferroviária, fora do perímetro urbano, sendo, então, desativado o trecho que atravessava a cidade e a Estação Ferroviária.

O mapa mostra a variante em relação à linha original. Foi uma economia de mais de 4 quilômetros de linha, eliminando a absurda volta para entrar na cidade, que em 1982 já não tinha mais a estação servindo trens de passageiros (Esquema extraído de um boletim da RFFSA, sem data, mas da época da entrega da variante, em 1982)
Em 1984 foi criada a Fundação Cultural Calmon Barreto que, inicialmente, funcionou no então Museu Municipal Dona Beja. Em 08 de fevereiro de 1985, foi assinado o Termo de Comodato que se manteve até 18 de março de 1988 quando, através de escritura pública de permuta de imóveis, o prédio passa a ser propriedade definitiva do município.
A antiga estação ferroviária passou por uma reforma em 1989, patrocinada pela antiga empresa ARAFÉRTIL S/A.
Em 28 de dezembro de 1990 o prédio da antiga Estação Ferroviária foi tombado através da Lei Municipal Nº 2.411.
Em 1999, a sede da Fundação Cultural Calmon Barreto sofreu mais uma reforma: telhado, instalação elétrica e ampliação da oficina de tecelagem.
Em 28 de outubro de 2002, inaugurou-se um novo espaço cultural (pátio circundado por gradil e muros).