
Instituto Inhotim
por Alex Brando
Inhotim é um lugar em contínua transformação, onde a arte convive em relação única com a natureza. Situado em Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte (MG), Inhotim ocupa uma área de 45 ha de jardins parte deles criada em colaboração com o paisagista brasileiro Roberto Burle Marx com uma extensa coleção botânica de espécies tropicais raras e um acervo artístico de relevância internacional.
Inhotim foi apresentado pela primeira vez ao público em setembro de 2004 e, no ano seguinte, iniciou uma agenda de visitas para atender à rede escolar da região de Brumadinho e a grupos específicos. Em outubro de 2006, com estrutura completa para sua inauguração ao grande público, a instituição abriu as portas para visitas em dias regulares, sem a necessidade de agendamento prévio.
Arte Contemporânea
O acervo vem sendo formado desde meados de 1980, com foco na arte produzida internacionalmente dos anos 1960 até os nossos dias. Pintura, escultura, desenho, fotografia, vídeo e instalações de renomados artistas brasileiros e internacionais são exibidos em galerias espalhadas pelo Parque Ambiental.

No Pavilhão, a obra da artista pode ser vista de maneira unica. Tanto o percusso das obras quanto o partido da arquitetura foram desenvolvidos em próximo dialogo entre Varejão e o arquiteto Rodrigo Cerviño Lopez. Ano de Construção: 2008
Os espaços expositivos são divididos entre onze galerias dedicadas a obras permanentes, outras quatro para obras temporárias e diversas obras de arte espalhadas pelos jardins do Inhotim. Bienalmente uma nova mostra temporária é apresentada, com o intuito de divulgar as novas aquisições e criar reinterpretações da coleção, e novos projetos individuais de artistas são inaugurados, fazendo de Inhotim um lugar em constante evolução.

Desvio para o vermelho: Impregnação, Entorno, Desvio, 1967 – 1984.
As galerias permanentes foram desenvolvidas especificamente para receber obras de Tunga, Cildo Meireles, Adriana Varejão, Doris Salcedo, Victor Grippo, Matthew Barney, Rivane Neuenschwander, Valeska Soares, Janet Cardiff & Gerorge Miller e Doug Aitcken. As galerias temporárias Lago, Fonte, Praça e Mata – têm cerca de 1 mil m² cada uma e contam todas elas com o mesmo tipo de arquitetura, com grandes vãos que permitem aproveitamento versátil dos espaços para apresentação de obras de vídeo, instalação, pintura, escultura etc.

A instalação de Lama lâmina (2009) é o ultimo desdobramento de um projeto que teve origem numa performance realizada em parceria com o músico Arto Lindsay, durante o carnaval de Salvador, em 2004, e que também serviu de base para o vídeo homônimo apresentado em Inhotim na Galeria Marcenaria.
Parque Ambiental
A área total do Parque Ambiental do Inhotim, em constante crescimento, está distribuída em seus dois principais acervos: Reserva Natural, com 600 hectares de mata nativa conservada, e o Parque Tropical, com 45 hectares de jardins de coleções botânicas e cinco lagos ornamentais que somam 3,5 hectares de área.
O parque tem como diretrizes a conservação dos remanescentes florestais pertencentes aos biomas Mata Atlântica e Cerrado; resgate, ampliação e manutenção de coleções botânicas; emprego de técnicas sustentáveis de manejo; elaboração e desenvolvimento de programas socioambientais.
Atualmente são cultivadas, no jardim do Parque AmbiJardim foto _Marco Mendesental, mais de 3.000 espécies de plantas. Entre as coleções botânicas de maior destaque, estão: cicas e sagus (Cycadaceae); nolina (Liliaceae); jerivás, butiás, tamareiras, macaúbas, babaçu (Palmae); zâmia (Zamiaceae).

Os jardins do Inhotim são singulares, com uma beleza rara e um paisagismo que explora todas as possibilidades estéticas da coleção botânica.
A Quarentena
Com 14 anos de funcionemo, vários pavilhões, eventos e visita aos milhares e com programação intensa para 2020. Essa é a terceira vez que o local e fechado. A primeira foi durante um surto de febre amarela em 2018, depois veio o acidente da Mina do Feijão em janeiro de 2019 e agora o Covid-19. Mas em breve o Instituto abrira para visitas.

Coluna do Ancelmo Gois, do Jornal O Globo, dia 03/04/2020.
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