
Santa Rosália
‘Santa Rosália Intercedendo pelas Vítimas da Praga de Palermo
Ele se veste bem, e sorri com a confiança da juventude seu temperamento não é o de alguém que buscaria abrigo. A data e a primavera de 1624, e Anthony van Dyck, 25, navega rumo ao sul, para a Sicília, em resposta a um convite para pintar o retrato do vice-rei espanhol.
Ele está se estabelecendo como retratista internacional dos ricos e famosos. Agora em Palermo, sente estar à beira de um grande avanço.
O retrato é pintado durante a primavera, mas chega o desastre. Em 07 de maio de 1624, Palermo reporta os primeiros casos de uma praga que mataria cerca de 10% da população da cidade. De quarentena, o jovem pintor flamengo observa o fechamento do porto, a superlotação do hospital e os gemidos dos doentes na rua.
Enquanto a emergência prossegue, um grupo de franciscanos encontra numa caverna uma pilha de ossos que podem ter pertencido a Santa Rosália, aristocrata de séculos passados. As relíquias são carregadas pelas ruas e a epidemia se abate, os cidadãos passam a cultuá-la como a salvadora da cidade.
Van Dyck apanha um autorretrato meio concluído e o altera para retratar a protetor fluturando sobre a cidade.
“Santa Rosália Intercedendo pelas Vítimas da Praga de Palermo, hoje faz parte do acervo do Museu Metropolitan, de Nova York, foi uma das primeiras aquisições da instituição, comprada em 1870.
Rosália parece estar acendendo com a ajuda de quase uma dúzia de querubins, e feixes de luz atravessam as nuvens escuras que existem no topo do quadro e ilumina seu rosto.

‘Santa Rosália Intercedendo pelas Vítimas da Praga de Palermo’ foi uma das primeiras aquisições da instituição.
Van Dyckk decidiu retratá-la como uma jovem de cabelos longos, loiros e cacheados, com bochechas coradas, e olhos arregalados de êxtase. Sob ela, fica o porto de Palermo, e como pano de fundo o Monte Pellegrino, onde as relíquias foram encontradas.
Parece certo que Van Dyck viu a primeira dessas procissões, e elas continuam acontecer a cada mês de julho, desde 1624. Segunda consta em documentos da época os governantes da Palermo atingida pela praga confiaram tanto em intervenções médicas quanto em intervenções religiosas, para conter o contágio.
Os moradores oravam aos restos de Rosália na catedral da cidade, sim, mas observavam o distanciamento social. As pessoas só podiam visitar a Igreja um dia por semana, em uma escala determinada por seus endereços.
O jovem Va Dyck, que poderia ter usado suas conexões com a realeza para escapar ficou na cidade até o fim do surto. Encontrou, em meio à pestilência, um tema mais urgente do que os retratos da realeza que lhe valeriam fama.
Antoon Van Dyck
Antoon van Dyck foi um importante retratista e pintor flamengo do movimento artístico Barroco.
Trabalhou como retratista na corte do rei inglês Carlos I.
Van Dyck foi muito influenciado pela arte maneirista veneziana, principalmente por artistas como Veronese e Ticiano. Também recebeu grande influência do pintor flamengo Peter Paul Rubens.

Autoretrato de Antoon van Dyck
Suas obras e estilo influenciaram os retratistas ingleses dos anos seguintes.
Antoon van Dyck nasceu na cidade de Antuérpia (atual Bélgica) em 22 de março de 1599. Faleceu, aos 42 anos, na cidade de Londres (Inglaterra) em 9 de dezembro de 1641.
A Pandemia do Corvid-19.
Agora. Rosália está ela mesma de quarentena, com a intensificação da epidemia do coronavírus. E o MET não pensa em reabrir as suas portas antes de julho.
Rosália estará lá nos esperando quando “Making the Met” puder começar, e em julho, assim devemos esperar, nos fará recordas uma Palermo na qual a quarentena acabou.
Por enquanto, o site do Metropolitan pode ajudar. Na Sicília, os fiéis podem orar a Santa Rosália na Catedral de Palermo.

Catedral de Palermo – Sicília – Itália.
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