
Vila de Ribeirão do Carmo
A cidade de Mariana está localizada no conhecido Quadrilátero Ferrífero Mineiro, distante 110 de Belo Horizonte. Próxima de Ouro Preto, trata-se de importante núcleo colonial e sede do primeiro bispado da região.
O início da ocupação da região é semelhante aos demais arraiais dos sertões das Gerais, decorrentes da busca do ouro no final do século XVII. Após a descoberta do metal nas faldas do Itacolomi, na região da antiga Vila Rica, bandeirantes paulistas, originários de Taubaté, comandados por Salvador Fernandes Furtado de Mendonça, encontraram ouro de aluvião num córrego, batizado de Ribeirão de Nossa Senhora do Carmo. Era dia 16 de julho de 1696, dois anos antes da ocupação da região da futura Vila Rica pela bandeira de Antônio Dias.
Em 1703 já era conhecido o arraial local, com função de ocupar a região e garantir a posse das jazidas. Oito anos depois, no dia 08 de abril, o governador da capitania, Antônio Albuquerque, criava a Vila de Ribeirão do Carmo, que rapidamente expandiu suas fronteiras dirigindo-se para o sul, uma região mais elevada, evitando as constantes enchentes do Ribeirão que lhe dava o nome.
Com a possibilidade de abrigar a sede do bispado, a vila foi elevada à categoria de cidade em 23 de abril de 1745, com o nome de Mariana, homenagem à Rainha portuguesa D. Maria Ana Josefa e recebeu significativas modificações, inclusive um traçado planejado em um platô, atribuído ao Brigadeiro Pinto Alpoim, situação incomum para os núcleos mineiros que sempre se implantavam segundo a topografia da região. Em 06 de dezembro do mesmo ano criava-se a Diocese de Mariana.
Com a crescente extração de ouro a vida urbana tornava-se intensa: lazer, comércio, proliferação de irmandades e confrarias, delitos, crimes….
A arquitetura acompanhava este crescimento, construindo casas de ópera, lojas, sobrados abastados, igrejas e capelas para abrigar os diversos oragos, casa de câmara e cadeia para vigiar e punir.
Todo este esplendor legou diversos exemplares notáveis da arquitetura mineira colonial, refletindo a riqueza e as influências europeias capazes de gerar um arte local, particular, repleta de brasilidade.